Boca feita de algum tecido celestial
Raros são os que ficam impassíveis ao seu toque macio
Seu gosto surreal testa a sanidade dos escolhidos
Confunde seus sentidos e desperta seus instintos
Os olhos hipnóticos tornam impossíveis os movimentos
Durante a eternidade que duram tais momentos
E suas vítimas cedem e gozam de tal tormento.
Sua presença é feito um fenômeno da natureza
Furacão nas cabeças dos garotos; vendaval
Corrosão no ego das mulheres, vulcão em erupção
Engole os homens descuidados com seu magma e
Causa taquicardia no coração das estátuas
Derrete calotas polares e inunda as cidades com a
Divina Beleza, e os prédios tremem enquanto ela
Caminha com volúpia, na mais suave delicadeza.
Qual mistério, que segredo guarda em tua intocável profundeza?
Que monumento poderia superar a inexplicável simplicidade
Da tua grandeza?
Pobre dos que se pensam sábios para decifrar
Pobre dos profetas que tentam prevê-la
Pobre dos felizes que podem amar-te sem nunca tê-la
E pobre dos poetas! Ah...pobre dos poetas
Cheios de platonismo e tristeza, que vivem
Para eternizá-la em seus versos, sonhando inspirá-la
Para depois soprar ao mundo tuas maravilhas
De menina-mulher com ares de deusa
Deusa das deusas.