Qual sera o peso desses sentimentos que me pressionam pra sair
Que não se aguentam dentro de mim
Que me apertam a garganta como grito preso
Que partem do misto de impotência
Vontade imobilizada que acaba em automenosprezo
O que de fato então mereço?
Se não me sinto leve, nem muito livre
Apenas solto.
Se me sinto menos
Como posso ser mais?
Que variável estranha e insensata
Nos mantém distantes
Desprotegidos e fora
De nosso próprio alcance
Em pleno equinócio
Já não me importam as horas
Se sem o que me falta
São todas corroídas pelo ócio
São rascunhos toscos que sempre jogo fora.
Agora eu ando contra o vento
Enquanto as folhas morrem
As crianças correm inocentes
Enquanto as flores morrem
E os velhos dormem tementes
O vento desolado sopra versos pra mim
Como se fossem sementes férteis
Como se isso não fosse ter fim.
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