Ainda me encontro acordado enquanto todos dormem.
Há alguns anos apaixonei-me pela noite, e em seu tributo, só adormeço quando amanhece.
Em frente ao espelho do banheiro, diagnostico-me solitário. Por outro lado alguns dizem que se importam. Mas nós nos acostumamos a relembrar os momentos compartilhados. E os que estamos sós?
Naquele reflexo, miro meus olhos, e perdido naquele espaço verde-folha vislumbrei todo esse lapso e tive um calafrio. Estava sozinho, óbvio, sempre estive, e mesmo assim estranhei.
Apaguei a luz e re-acendi em seguida. Ainda era o mesmo. Ou não? De fato a escuridão muda um pouco as coisas. E quando retorna a luz, nem tudo está no mesmo lugar.
Quanto aos sentimentos, tento reciclá-los, mas não sou tão puro assim. Inconstantes, necessitam sempre de manutenção, como um antivírus.
Spywares insistentes tentam corromper meu sistema, envenenando-me com incertezas e outras tolices. Mando todos para a lixeira.
Mas um pedaço de mim sempre vai junto.
Delete.
Sem back-up, busco upgrades. Reinicio. A essa hora estão todos off.
Só a Lua minguante, oculta pelo teto úmido, sorri sarcástica, seu status Online...
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